Somos filhas(os), não patroas(ões).
Era desta que ia fazer um post sobre moda. Ou melhor, sobre as minhas pechinchas, isto é, as coisas a preço quase nulo que vou comprando e da qual sou totalmente fã. No entanto, e tendo em conta o dia que hoje tenho tido, optei por fazer uma reflexão diferente.
Acho incrível o fato de todos os dias ver blogs que abordam temáticas sobre roupa, maquilhagem, viagens, férias, marcas, produtos de beleza, alimentação saudável e sitios muito in visitar. Mas, incrível também, é nunca ter visto um blog de alguém que fale de lides domésticas, limpezas, apanhar e estender roupa, aspirar a casa ou mudar os tapetes. O lapso pode ser meu, é claro. E é óbvio que isto pode não ser um assunto de interesse e que arraste leitores. Mas a verdade é que este meu blog não é uma revista que tenciono tornar num top de vendas. É também um diário, uma parte de mim, da pessoa que sou e da minha vida. Um bocadinho do meu dia-a-dia, dos meus (des)gostos, das minhas responsabilidades e dos meus valores e ideais.
Hoje, sexta-feira, optei por ser um bocadinho melhor. Um bocadinho mais mulher. Um bocadinho mais madura. Não fiquei a dormir até ao meio dia (apesar de me apetecer bastante) e aproveitei para fazer as limpezas, tarefa que custuma ser da responsabilidade da minha mãe ao Sábado. Ora bolas, as nossas mães não são nossas criadas. E nós, não somos, de todo, as senhoras que elas servem. Devemos ser, acima de tudo companheiras e compreender que há sempre algo em que podemos ajudar. Aliás, não lhe chamaria ajudar, porque não é isto que considero que temos de fazer. O que realmente é nossa obrigação é, sim, partilhar tarefas. Se tenho um dia (um bocadinho mais) livre (que todos os outros), porquê deixar para a minha mãe a casa para limpar, a roupa para estender e apanhar? Ela é Mãe, não é empregada. Trabalha. Sai de casa às oito e entra em casa às sete. É mulher e também precisa de tempo para pensar em roupa, maquilhagem, viagens, férias, marcas, produtos de beleza, alimentação saudável e sítios muito in a visitar (generalizando, porque a minha mãe deve pensar em muita coisa, mas não, de todo, nisto). Não é menos do que eu, mães não são menos que ninguém. Aliás, são mais... Bem mais: são nossas mães, são filhas, são esposas, sogras, cunhadas... São guerreiras que se dividem em mil e um papéis e desempenham duas mil funções. São heroínas que nunca se cansam nem muito exigem. São exemplos de valentia que conseguem fazer tudo sozinhas...
Mas que conseguem fazer melhor com a nossa ajuda.
Há sempre um dia em que seremos nós as Mães, mesmo que não tenhamos filhos. Há sempre um dia em que Elas não estão lá para cozinhar para nós, para nos estenderem a roupa e limpar a casa. Há sempre um dia em que seremos só nós.
E nada melhor que enfrentar esse dia estando preparadas(os).