Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Neta da Luísa

A Neta da Luísa chama-se Bárbara. Tem 23 anos e um gosto incalculável pela escrita, moda, lifestyle e beleza. Não é uma expert em nenhum dos assuntos, mas tem uma paixão imensa por todos eles.

A Neta da Luísa

Síndrome pós mestrado | Ansiedade pré mundo laboral

71857e03c8172ad7d388ee68bfbd9e31.jpg

 

 

Acho que é a primeira vez na minha vida que chego ao mês de Setembro sem o percecionar como um reinício: da escola, da faculdade, ou até de um estágio. E isto não é necessariamente mau, mas também não é totalmente bom. Por um lado, sabe bem fazer uma pausa - uma espécie de meses sabáticos que nos permitem fazer as coisas que gostamos, ler os livros que tinhamos em stand by, investir em pequeninos projetos ou devorar as séries e filmes que ainda não tinhamos tido tempo de ver. Sentir que o despertador não vai tocar ás sete e trinta e que temos um dia pela frente para podermos fazer tudo o que antes desejávamos mas não tinhamos tempo; ou não ter a obrigação de ir dormir cedo para garantir as oito horas de sono diárias; ou simplesmente não ter de pensar que amanhã temos aquela aula que até nem gostamos muito ou temos de  lidar com o colega de trabalho com quem não nos identificamos: por um lado, isto pode ser assim um pequeno paraíso para qualquer pessoa, mas por outro, pode também ser um descanso condenado à inutilidade. 

Tudo isto saberia muito bom se tivesse, à partida, os dias contados. Se tivessemos a certeza que "ah e tal, agora estes dois mesinhos sem fazer nenhum vão saber-me a mel". Mas não é o que acontece com a maioria de nós ou, pelo menos, com a maioria das pessoas que se encontram na mesma situação que eu: licenciatura e mestrado concluídos, uma vontade imensa de vingar no mundo laboral, uma disposição para trabalhar intensamente mas, acima de tudo, uma consciência tremenda das dificuldades que estamos a enfrentar. 

Não sei se há culpados e se os há, não sei identificar quem são. Mas sei que a questão da falta de emprego é algo verdadeiramente limitante para todos aqueles que têm sonhos, ambições, planos de vida e vontade de voar... Mesmo quando nos cortam as asas. Os dias passam e as respostas escasseiam. Os "não's" existem. Os "sim's" não chegam. E nós vamos vivendo na esperança que a situação não seja duradoura. Acreditando que a independência irá chegar. Rezando para que o nosso dia chegue. Para que alguém acredite em nós. Para que alguém aposte em nós enquanto pessoas, profissionais e mais-valias para o mercado de trabalho. 

 

Sempre me disseram que o importante é não desistir. Ir à luta e acreditar. Insistir. Procurar. Abrir a alma para mostrar ao mundo que estamos aqui e que merecemos o nosso lugar. E se o mundo não vir o que lhe tentamos mostrar... Resta-nos chegar mais perto e fazer os possíveis para nos fazermos notar.

 

Onde se compra a "experiência profissional" ?!

Experiência miníma exigida. Tem experiência? Requisito exigido: experiência profissional.

aea3294c8012ffae3a091bcdce43d086.jpg

 

Raios partam a experiência. Mas como pode algum jovem trabalhador ter experiência, se nenhuma entidade empregadora nos dá a oportunidade de a obter? 

29da5f3de4b7df70b8aaa4f7b7e0367f.jpg

3c60b1563bd813422383681ff434f744.jpg

 

 

Iniciei agora a minha procura de emprego e, em poucos dias, já consigo ter uma real e dura perceção da realidade. O que mais dói? Não saber se a situação é temporária ou permanente. Não saber se teremos trabalho no próximo mês ou nos próximos anos. Não saber quando e como vamos ter a nossa independência. Não saber se teremos, algum dia, possibilidade de constituir família ou, simplesmente, de viver a dois.

 

 

E no meio de tudo, dói ainda mais esta busca incessante e rídicula pela experiência profissional.

 

Quem garante ao empregador que um funcionário com experiência executa melhor a sua tarefa do que um trabalhor com disponibilidade e ânsia de aprender? Quem garante que a experiência não torna os colaboradores mais comodistas e confiantes, fazendo-os, por vezes, limitar o seu esforço durante o seu trabalho diário?

Não tenho experiência profissional, é certo. E nunca a vou ter, se todos continuarem a exigi-la. Nunca vou ser experiente se só derem oportunidade aos experientes. Nunca vou singrar se só deixarem crescer quem já deu o primeiro passo. Sim, não tenho experiência, mas tenho dentro de mim uma motivação enorme para começar a desbravar caminhos, para aprender com gosto e dedicação com quem me quiser ensinar. 

É esta a triste realidade de nós, jovens de hoje em dia. Uma realidade de luta mas com vitórias raras ou, por vezes, tardias. Uma realidade de "não estamos a recrutar na sua área", "precisamos de alguém com experiência", "agradecemos os contactos mas já temos os quadros preenchidos", "temos os colaboradores suficientes". Um realidade de 5% de respostas, sendo 100% delas negativas. 

Há, no nosso país, uma errada proporção entre quem se disponibiliza a ensinar e quem tem vontade de aprender, no que diz respeito ao mundo laboral. Existe uma relutância extrema em conceder oportunidades a mentes mais jovens e a ideias mais "frescas". Perdura, no sistema atual, uma grande insensibilidade face a todos aqueles que se mostram disponíveis por iniciar um percurso, mesmo com a consciência do quanto este pode, por vezes, ser sinuoso. Todo imploramos pelo mesmo: uma oportunidade - para mostrar o que aprendemos e o que ainda somos capazes de aprender. Uma oportunidade para nos tornarmos experientes, como todos querem. Mas se todos querem e ninguém dá, algo está errado, não?

Não temos experiência profissional, mas temos a vontade que falta ao nosso país. A força que falta ao nosso mundo. E acima de tudo, a persistência que nos faz acreditar que, um dia, chegará a nossa vez.

10 dicas para te organizares no regresso às aulas | trabalho

75285256e2a975ad8fc0b025dfbbc37f (1).jpg

Imagem: Pinterest

 

Setembro é um mês de reinícios. De regresso aos horários. De voltar ao trabalho, à escola ou à faculdade. Por vezes, torna-se bastante dificíl retomar as rotinas e encarar os dias com tranquilidade e método. O despertador toca e fere-nos o coração. As oito horas de trabalho parecem corresponder a um dia inteiro. O tempo fora de casa reduz-nos a vontade de fazer seja o que for e quando, à noite (sim, porque brevemente, às cinco horas já será de noite) chegamos a casa, tudo o que queremos é aterrar no sofá.

 

É precisamente por compreender tão bem todo este drama - apesar de agora ainda não o vivenciar (mas esperar fazê-lo em breve!) - que vos deixo aqui algumas estratégias para fazer o vosso tempo duplicar. Quando estudava e enquanto estagiei usei algumas delas e, mesmo agora que estou em casa ainda me dão, muitas vezes, oportunidade de fazer render o meu tempo.

 

1 - Deixem tudo preparado no dia anterior: esta foi sempre uma regra cá de casa que eu respeitei religiosamente. E todas as manhãs agradecia internamente à minha mãe por me ter incutido este hábito. Desde a mochila/mala, às marmitas e a até à mesa do pequeno almoço, estas tarefas permitem poupar tempo de manhã e possibilitam ficar aqueles 10 minutos  a mais na cama. 

 

2 - Aproveitem a hora de almoço: se têm a possibilidade de ir almoçar a casa, aproveitem esse tempo para adiantar outros serviços - desde adiantar o jantar a estender a roupa. À noite vai saber-vos bem não terem de se preocupar com essas tarefas já feitas.

 

3 - Rentabilizem o vosso tempo: se têm de fazer o vosso próprio jantar, optem por aproveitar enquanto este está a cozinhar para concretizar outros afazeres - seja fazer uma revisão para o teste/exame de amanhã, seja para varrer a cozinha e lavar a loiça já utilizada. Mais uma vez, à noite, vão agradecer já ter feito isso. 

 

4 - Organizem as compras: façam uma lista do que vão precisar durante a semana tendo em conta as refeições que têm em mente. Isto impede-vos de ir ao supermercado porque precisam de um pacote de arroz. 

 

5 - Sejam metódicos: se ainda estudam, façam-no diariamente. Isto vai poupar-vos tempo e preocupações na véspera dos testes. O mesmo pode aplicar-se a outro tipos de ocupações.

 

6 - Não acumulem trabalho: se acham que juntar uma pilha de loiça ou um monte de roupa para passar pode ser um bom método, esqueçam. Isto só vai tornar a sua execução mais desesperante e fazer perder-vos demasiadas horas numa mesma coisa - e se forem tão impacientes como eu, isso é péssimo. O mesmo se aplica aos trabalhos da faculdade: talvez juntá-los para fazê-los todos na mesma altura não seja uma boa ideia. 

 

7 - Reservem tempo para vós: destinem uma hora diária para fazer aquilo que realmente gostam - seja ver um série, escrever no blog, consultar as redes sociais ou ir ao ginásio. Organizem-se de forma a tornar sempre este tempo possível.

 

8 - Agendem as vossas atividades: se têm uma vida social muito ativa ou demasiados afazeres, optem por registar tudo numa agenda. Ou, caso achem que depois acabam por não a consultar, optem por apontar no telemóvel usando, ainda, alarmes. Isto garante que não se esquecem de nada.

 

9 - Aproveitem o vosso fim-de-semana: o fim-de-semana dá para tudo - descansar, divertir, dormir e... preparar o máximo de coisas possíveis para a semana. Isto faz com que se sintam mais tranquilos por ter tudo já organizado.

 

10 - Tentem sair de casa sempre uns minutos antes do habitual: para prevenir atrasos e garantir que chegam sempre a horas onde vos esperam, a melhor solução é não sair com os minutos contados. Nunca se sabe se o trânsito está caótico ou se o comboio se atrasa.

 

E uma dica extra - sejam felizes em todos os segundos da vossa vida - organizem-se, também, em função disso! 

 

À Ritocas: que seja um 9.º ano repleto de aprendizagens - dentro e fora das aulas.

Ritocas, está a recomeçar mais uma fase complexa da tua vida de adolescente!

IMG_20160821_185950.jpg

O 9.º ano não é pêra doce, acredita na mana! Estás, na minha opinião, na idade mais complexa da vida humana - são tantas as coisas para gerir, tanto conflitos internos com os quais tens de lidar, tantas coisas que deves aprender, tantas amizades que te sentes obrigada a selecionar e tantas decisões que nem sempre sabes se são as mais corretas a tomar. 

Apesar deste rebuliço de emoções e afazeres, lembra-te que tens a sorte de ter uma família que te ama mais do que qualquer outra coisa na vida e, mesmo que por vezes não compreendas as nossas atitudes e repreensões, acredita que é porque te queremos proteger e preparar para o mundo de hoje em dia que te motivamos a ser uma jovem dinâmica, ativa e com força de vontade para superar as tuas próprias vontades.

É também por isso que tentamos fazer-te perceber que a escola é talvez o primeiro grande desafio que a vida nos apresenta e que nos obriga a reconhecer a importância da motivação, da resiliência, da persistência e do desejo de querermos ser sempre mais e melhores.

Mana, estou aqui para mais um ano. Aliás, estou aqui para mais todos os anos. Não penses que queremos que sejas a melhor da turma. Queremos apenas que sejas o melhor daquilo que consegues ser. Que te sintas realizada com os resultados dos teus esforços e que nunca te arrependas do esforço que não fizeste. Desejamos-te o melhor, mas isto não significa que desejamos que tenhas as melhores notas, que sejas a melhor da turma, que os teus testes tenham os melhores resultados. Significa, sim, que ambicionamos que te sintas bem com o melhor que consegues ser. Que te sintas confortável com o resultado dos teus atos. E acima de tudo, que te sintas feliz com todas as tuas atitudes. 

Espero, do fundo do coração, que o teu 9.º ano seja um ano de felicidade, de conhecimento, de descobertas e conquistas. Estou do teu lado para que esta seja uma fase de crescimento, amadurecimento e independência. Irás errar muitas vezes - é certo. Mas também terás, na maioria das vezes, a oportunidade de corrigir ou minimizar os teus erros. E é aí que está a diferença: ninguém tem a capacidade de nunca errar. Mas todos podem, sempre, tornar os seus erros mais pequeninos. 

Entra com o pé direito. Ouve os nossos conselhos. Apoia-te nas nossas dicas. Quebra as nossas regras e cresce com cada falha que cometes. Conhece mais pessoas. Ambiciona subir as notas. Conversa com toda a gente. Respeita os colegas. Não cries grupos - tenta dar-te bem com todos, mesmo que não sintas a mesma afinidade por eles. Ouve os professores. Diverte-te no recreio e aprende na sala de aula. Tira as tuas dúvidas. Estuda diariamente. Dedica-te ao que te compete nesta fase da tua vida: aprender e preparar-te para um amanhã que se avizinha cheio de obstáculos e desafios. Podes fazer tudo o resto também - mas tenta, sobretudo, nunca te desviares do caminho que traçaste e que achas que é o mais correto. Amamos-te muito. 

 

Vai e arrasa. Consegues ser mais e melhor! Mesmo que para nós já sejas tudo.