Estar de férias é simplesmente uma lufada de ar fresco na vida agitada que levamos ao longo de todo o ano. Terminar as férias é a obrigação de voltar ao dia-a-dia com a crença de energias recarregadas e motivação extra por fazer mais e melhor até aos próximos dias de descanso.
Este ano, as nossas férias propriamente ditas duraram apenas três dias. Mas foram três super dias. Daqueles que não me importava de repetir já hoje.
Decidimos tudo em cima do joelho. Não tínhamos planos nenhuns, nem sequer sabíamos se íamos realmente sair alguns dias. Mas um e-mail do Goodlife foi o mote para marcarmos duas noites num Hotel Rural em Alcácer do Sal. Este ano tinha decidido que queria muito, muito conhecer a zona de Setúbal, principalmente o Portinho de Arrábida (convicções de uma garota que era viciada em Jardins Proíbidos, onde mostravam aquelas paisagens lindas do contraste serra/mar). Esta era uma ambição que andava a ser adiada há demasiados anos. Mas desta vez foi! E graças às fantásticas promoções do Goodlife decidimos ir a essa zona, já que fica relativamente perto de Alcácer (talvez cerca de uma hora de caminho).
Partimos na quarta feira por volta das 6.30 horas da manhã. Graças a alguns enganos no caminho, a viagem mostrou-se bem mais longa do que imaginámos. Por volta da hora de almoço chegámos à Arrábida - e os meus olhos bateram palminhas de alegria com a paisagem linda que tinham à frente.
Almoçámos umas sandes num parque da cidade de Setúbal e seguimos caminho até Alcácer, onde tínhamos marcado o hotel - Hotel Rural da Herdade da Barrosinha. Não sendo um hotel de 5 estrelas, cumpriu excecionalmente bem o propósito destes dias - aliar o descanso à oportunidade de conhecer novas coisas. Gostámos muito, pois para além de estar integrado numa grande herdade e nos permitir tirar o máximo partido do ar puro, serve uns pequenos almoços óptimos, com direito a bolo caseiro e pão alentejano! Tem também uma pequena piscina que, ao ser pequenina e no meio do campo, no faz sentir como se tivessemos em nossa própria casa - caso ela tivesse piscina!
O primeiro dia terminou com um passeio por Alcácer e um jantar numa pizzaria à beira-rio.
O segundo dia começou cedinho (para o podermos aproveitar bem, tendo em conta que as férias eram reduzidas!) e com um pequeno almoço incrível! Há lá melhor forma de acordar que esta?
Seguimos em direção ao Porto Palafítico da Carrasqueira - que nos tinha aparecido na internet enquanto pesquisávamos sobre os locais de interesse da região. Este porto foi construído de forma a possibilitar o acesso dos pescadores às suas embarcações quando as margens estão baixas, o que é bastante frequente no Rio Sado. Apresenta-se sob a forma de passadiços de madeira (aparentemente frágeis) rudimentares e possibilitam a passagem de pessoas e acessórios de pesca. É um sítio lindo, apesar da sua simplicidade e antiguidade e foi até escolhido por Christian Louboutin para fotografar uma das suas coleções, em 2013!
Partimos em direção a Tróia. As expetativas eram imensas... Mas a realidade superou-as! Fiquei encantada. Senti que estava num mundo à parte do nosso país - ali, tudo parecia riqueza, orgulho, cuidado e dedicação. Tudo super arranjadinho, cada pedaço de relva verdadeiramente bem aparado, uma marina de perder de vista e hotéis que nos fazem sonhar com um acordar a olhar o mar e um passeio de barco pela tarde. Este foi, sem dúvida, o sítio que gostei mais e pensei "Possa, eu podia viver aqui!"... Não fossem os preços de tudo tão exorbitantes.
A praia de Tróia deixou-me no paraíso. Senti que tinha ido direta da minha humilde terrinha para um destino paradisíaco algures por esse mundo fora. Mas não, era mesmo no nosso país. E era mesmo, mesmo, mesmo fantástica.
A tarde foi passada na praia da Comporta, apenas para conhecer. Gostei, mas achei Tróia mais bonito e melhor para dar uns valentes mergulhos. Aliás, acho que neste momento, poucos sítios do nosso país me deixarão tão deslumbrada como esta pequena maravilha.
A última noite decorreu com um belo jantar num restaurante à beira-rio sugerido pela minha querida amiga Marta, o Ninho. Fiquei fã! O P. provou o famoso arroz de lingueirão (é para cima de óptimo, assim só por acaso) e eu deliciei-me com um Terra e Mar de comer e chorar por mais!. Para além de ser um sítio económico e em que servem muito bem, o dono é uma simpatia: um senhor daqueles com quem só apetece falar e falar...
O dia de regresso a casa teve direito a uma paragem no Freeport Alcochete e a um almoço maravilhoso na Hamburgueria Portuguesa. As limonadas que eles servem são as melhores!
E terminou. Tudo o que é bom acaba depressa e eu nem dei por estes dias passarem. Dava tudo para arrastá-los um bocadinho mais no tempo mas, infelizmente, tal não foi possível. Cheguei a casa mais leve, mais otimista e preparada para o que aí vem - a luta pela procura de emprego, o desespero da ausência de respostas e a espera interminável por conseguir o meu lugar no mundo laboral. Mas isso são cenas dos próximos capítulos. Afinal, neste tempo em casa, espero ter mais tempo e criatividade para apostar no blog e torná-lo cada vez o espaço para os meus desabafos e as minhas vivências diárias.
Espero poder contar com vocês neste percurso. Afinal, todos os caminhos se percorrem mais rápido quando os fazemos acompanhados.