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A Neta da Luísa

A Neta da Luísa chama-se Bárbara. Tem 23 anos e um gosto incalculável pela escrita, moda, lifestyle e beleza. Não é uma expert em nenhum dos assuntos, mas tem uma paixão imensa por todos eles.

A Neta da Luísa

Quanto tempo duram as saudades?

 

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11 de Março de 2017

 

Há muito tempo que não te escrevo. Não porque me tenha esquecido de ti, mas porque a realidade de não te poder dizer as coisas cara a cara ainda me dói. Não posso dizer que não sou feliz desde que te perdi. Sou feliz, mas não tanto como se te tivesse aqui. Hoje, teria mil e uma coisas para partilhar contigo. E sei que dessas mil e uma, tu te orgalharias de todas elas. Hoje, penso como seria se ainda não te tivessem levado de mim. Eu, quase três anos mais madura. Tu, com mais três anos de rugas, de orgulho, de sabedoria e mau feitio. Penso na quantidade de coisas que podíamos fazer juntas. Nas que nunca fizemos e em todas aquelas que podíamos repetir. Tenho tantas saudades. Tanta vontade de ir contigo as compras, ao correio, ao centro de saúde, à farmácia. Tanta vontade de te levar a lanchar, de te ter cá em casa a almoçar. De te arranjar as unhas. Ainda me lembro do quando criticava a forma como te vestias as vezes - bolas com flores e lenços que não tinham nada a ver. Hoje só crítico o facto de já nem poder ver-te vestir. 
Sempre me conheceste tão bem... E mesmo assim partiste sem conhecer a mulher em que me tornei. A mulher que estou a tentar construir. A mulher que tento ser todos os dias... E que em muito é parecida contigo.
Tiram-me a pinta mal me olham nos olhos. "És canteira", dizem-me. E eu encho-me de vaidade e saudade - porque sei que o que me querem dizer é que trago o teu feitio no meu. 
Será que também sentes saudades minhas? Será que te orgulharias de mim agora, tão igual a ti? 
Os quase três anos sem te ver não significaram tempo nenhum sem te sentir. Porque tu estás em tudo. Sempre estarás em tudo: no que uso, no que penso, no que faço, no que sonho, no que realizo. Há tanto que ainda podia ser dito se não me tivesses deixado assim. Há tanto que ficou por fazer. Mas o que mais dói é tudo aquilo que acabaste por não ver: o fim do meu curso, o meu primeiro emprego, o meu primeiro ordenado, o meu namorado, o meu mundo - que agora tenho de fazer girar mesmo sem ti aqui. Mas, estejas tu onde estiveres, nunca sais de mim. Porque o que somos, o que temos e aquilo em que acreditamos é eterno, sim? 
 
Diz-me avó, quanto tempo duram as saudades?

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